quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

VERÃO, CHUVAS E ESCORPIÕES - UMA COMBINAÇÃO PERIGOSA!


Tityus serrulatus - escorpião amarelo


Os escorpiões são aracnídeos muito comuns em todo o Brasil. De hábitos noturnos, podem ser encontrados nos mais variados ambientes, em áreas rurais e urbanas, onde procuram alimento e locais escuros para se esconderem. São mais ativos durante os meses mais quentes do ano, principalmente no período das chuvas, mas em alguns estados como Minas Gerais, permanecem ativos durante o ano todo. 

O corpo dos escorpiões é dividido em prossoma ou carapaça, onde estão inseridos um par de quelíceras (utilizadas para triturar o alimento), um par de pedipalpos (pinças que manipulam o alimento) e 4 pares de pernas; mesossoma ou tronco, onde se encontram ventralmente a abertura genital, os pentes (estruturas sensoriais que captam estímulos do mecânicos e químicos do ambiente) e os espiráculos (aberturas externas dos pulmões); e metassoma ou cauda, que possui na extremidade uma estrutura denominada télson, formada pelo ferrão (usado para injetar o veneno) e por um par de glândulas produtoras de veneno.
  
Os escorpiões são vivíparos e o período de gestação é, em média, de 3 meses. Os filhotes recém-nascidos sobem no dorso da mãe, onde permanecem até a primeira troca de pele, quando então passam a ter vida independente. O período entre o nascimento e a dispersão dos filhotes é de cerca de 14 dias. Os escorpiões trocam de pele periodicamente, em um processo denominado ecdise, até atingirem a maturidade sexual, quando param de crescer.
 
Filhotes de Tityus serrulatus no dorso da mãe


 São animais carnívoros, que se alimentam principalmente de aranhas e insetos (moscas, grilos e baratas). Entre os seus predadores estão camundongos, quatis, macacos, sapos, lagartos, corujas, seriemas, galinhas d’angola, aranhas, formigas, lacraias e os outros escorpiões.

Das 1.600 espécies de escorpiões conhecidas no mundo, apenas 25 são consideradas de interesse médico, por causarem acidentes graves em seres humanos. No Brasil, existem cerca de 160 espécies de escorpiões e em Minas Gerais, a principal espécie capaz de causar acidentes graves é o Tityus serrulatus, conhecido como escorpião amarelo, com registro de óbitos em crianças.

O escorpião amarelo possui as pernas e a cauda amarelas e o tronco escuro. Mede até 7 cm de comprimento e reproduz-se por partenogênese. Portanto, só existem fêmeas e todas as adultas podem gerar filhotes sem a necessidade de acasalamento. Cada fêmea gera, em média, 40 filhotes por ano, chegando a 160 filhotes durante toda a sua vida. Este fenômeno reprodutivo dos escorpiões amarelos facilita sua dispersão e adaptação a qualquer ambiente, uma vez que pode se instalar e proliferar com muita rapidez.
O escorpião amarelo é extremamente adaptado a ambientes alterados pelo homem e, por isso, medidas de controle, principalmente em áreas urbanas, devem ser adotadas para que seja evitada a sua proliferação, por meio de ações como captura e manejo ambiental, além da conscientização da população.

As medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada/coleta dos escorpiões e modificação das condições do ambiente, a fim de torná-lo desfavorável à ocorrência, permanência e proliferação destes animais.

Medidas de controle nas áreas externas dos imóveis:

• Manter limpos quintais e jardins, não acumulando folhas secas e lixo domiciliar;
• Acondicionar o lixo domiciliar em recipientes adequados;
• Não jogar lixo em terrenos baldios;
• Limpar terrenos baldios situados nas redondezas dos imóveis;
• Eliminar fontes de alimento como baratas, aranhas e moscas;
• Evitar entulhos de construção, lenhas e superfícies sem revestimento e úmidas;
• Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões;
• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;
• Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas;
• Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas;
• Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos, pequenos macacos, quatis, lagartos, sapos e gansos (galinhas não são eficazes agentes controladores de escorpiões, pois possuem hábito diurno).

Medidas de controle nas áreas internas dos imóveis:
• Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;
• Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;
• Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;
• Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;
• Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;
• Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.

Em áreas rurais, a preparação do solo para plantio pode promover o desalojamento de escorpiões de seu habitat natural (barrancos, cupinzeiros, troncos de árvores abandonados).

Quando alguém é picado por um escorpião, o veneno estimula o sistema nervoso do acidentado provocando efeitos que podem surgir na região da picada (sintomas locais) e/ou à distância (sintomas sistêmicos). Os sintomas locais caracterizam-se por dor imediata e intensa do tipo queimação, inchaço e vermelhidão, que na maioria dos casos tem duração de algumas horas e não requer soroterapia. Representa a grande parte dos acidentes escorpiônicos, principalmente em adultos. Os sintomas sistêmicos caracterizam-se por suor excessivo, agitação, aumento da pressão arterial e aumento dos batimentos cardíacos, e podem se seguir alternadamente com manifestações de sonolência, náuseas e vômitos, constituindo dessa forma sinais de evolução para gravidade e conseqüente indicação de soroterapia. Os óbitos, quando ocorrem, estão associados à disfunção e lesão cardíaca e edema pulmonar (acúmulo de líquido nos pulmões).

Em caso de acidente, medidas devem ser adotadas de imediato e o tratamento instituído o mais rápido possível.
O que fazer:

• Limpar o local com água e sabão;
• Procurar orientação médica imediata;
• Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde para identificação;

O que não fazer:

• Não amarrar ou fazer torniquete;
• Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) nem fazer curativos que fechem o local, pois favorecem infecções;
• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;
• Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou gasolina e querosene, pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro.
Em adultos, a dor é o sintoma mais comum e seu alívio pode ser conseguido por meio de compressas mornas. Compressas com gelo ou água gelada costumam acentuar a sensação dolorosa não sendo indicadas. Qualquer outra medida local é contra-indicada.

Em crianças, principalmente se o acidente for por escorpião amarelo, a presença de náuseas e vômitos requer o encaminhamento imediato a um serviço de saúde, para que a soroterapia seja instituída o mais rapidamente possível, dada a rápida progressão do envenenamento.
O soro só está disponível em hospitais públicos e é gratuito. Confira aqui os locais próximos à sua residência onde há tratamento em caso de acidente:
http://funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2010/11/hospitais1.pdf

Como prevenir acidentes por escorpiões:

- manter jardins e quintais limpos;
- evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção;
- evitar folhagens densas junto a paredes e muros das casas;
- manter a grama aparada;
- limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos;
- sacudir roupas e sapatos antes de usá-los;
- não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres;
- usar calçados e luvas de raspas de couro para fazer jardinagem;
- vedar soleiras das portas e janelas quando começar a escurecer;
- usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;
- vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes;
- afastar as camas e berços das paredes;
- evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão;
- não pendurar roupas nas paredes;
- acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes fechados;
- preservar os inimigos naturais dos escorpiões (aves de hábitos noturnos, lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, coatis).

Crendices e perguntas frequentes sobre os escorpiões:

1. O escorpião ataca? Não, ele ferroa apenas quando é molestado, para se defender, ou seja, quando alguém coloca a mão ou encosta nele intencionalmente ou sem perceber.

2. Se eu encontrar um escorpião na minha casa significa que encontrarei outros? Provavelmente sim, mas nem sempre vivem em grupos. São animais que, em áreas urbanas, concentram-se em locais de fácil acesso à comida e abrigo.

3. Os escorpiões formam ninhos? Não, mas existem locais, principalmente em áreas urbanas, que favorecem o seu aparecimento em maior quantidade. Por outro lado, deslocam-se o tempo inteiro, sem necessariamente retornar ao mesmo local.

4. O escorpião sobe no vidro? Não, os escorpiões não sobem em superfícies lisas.

5. Se um escorpião perder uma parte de seu corpo ele consegue se regenerar? Alguns indivíduos, quando jovens, regeneram parte das pernas. Já quando adultos, não trocam mais de pele e por isso não conseguem regenerar partes perdidas. No caso de perda da cauda, o animal morre por perda de hemolinfa ou por obstrução do seu intestino.

6. O escorpião, quando colocado em uma roda de fogo, comete suicídio? Não. Na realidade, o escorpião morre desidratado pela ação do calor intenso. Os movimentos que simulam uma ferroada são uma reação de defesa a um agressor, nesse caso, o fogo.
7. Todo escorpião é venenoso? Sim, todos os escorpiões possuem veneno e a capacidade de injetar este veneno. A diferença entre as espécies perigosas e não perigosas está na ação deste veneno no homem.

8. O escorpião sempre usa o veneno para se alimentar? Não, ele só utiliza o veneno para se alimentar quando a presa é muito grande e precisa ser imobilizada. Nesse caso, a quantidade de veneno injetada é controlada de acordo com o tamanho da presa.

9. O escorpião usa todo o seu veneno numa única picada? Ele nunca utiliza todo seu veneno em uma única picada e pode causar um segundo acidente imediatamente após o primeiro. Pode também picar e não inocular veneno, o que chamamos de “picada seca”.

10. Do que depende a toxicidade do veneno de escorpião? A toxicidade do veneno é diferente para cada espécie de escorpião. Acredita-se que as diferenças estejam relacionadas à distribuição geográfica, às condições ambientais, ao tipo de alimentação, às variações genéticas e fisiológicas entre os indivíduos.

9 comentários:

  1. Galinhas sem ser da especie da galinha d`angola também se alimentam de escorpiões , isso porque a sempre tem a conversa que onde tem galinhas soltas não tem escorpiões !

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  2. Verdade ou mito. eu também escuto algumas pessoas dizendo isso

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  3. Apareceu um escorpião no tanque e me falaram que escorpião não sobe em azulejo. É verdade? Se for como um escorpião aparece em um tanque com azulejos?

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  4. Eu também gostaria de saber se o escorpião sobe em azulejos e nos vazos sanitários ???

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  5. Ola, também gostaria de saber se ele sobe em azulejos?

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  6. Estou apavorada moro em cima da casa do meu pai e já encontramos 2 escorpiões la e eu estou em pânico pois tenho uma bebê de 8 meses 😭😭😭

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    1. Também morro de preocupação cheGO a ficar paranóica já encontrei 3 escorpiões amarelo no meu quintal mesmo depois de passar veneno e limpar e tenho uma criança de 1 ano e 4 meses não sei Oque mais fazer tô a ponto de me mudar de medo.

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  7. Já encontrei dois escorpiões Onde moramos gostaria de saber se tem algum veneno que possa matalo e se ele sobe em paredes azulejos vasos?

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  8. o escorpiao sobe ou nao sobe em paredes lisas.

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